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quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Notas sobre a Psicologia do caso Fera da Penha

A história se repete... A “Fera de Caxias”... (ou, a “Fera da Baixada”)

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A assassina confessa de Lavínia Azeredo de Oliveira de 6 anos, Luciene Reis de 24, foi indiciada por homicídio triplamente qualificado (crime premeditado, cometido por meio cruel e sem direito de defesa à vítima), com pena máxima de 30 anos de prisão. Segundo o delegado adjunto da 60ª DP (Campos Elíseos), Luciano Zahar, Luciene saiu de casa com intenção de matar a menina.

O corpo da menina Lavínia Azeredo de Oliviera de 6 anos, que estava desaparecida desde 28/02/2011, foi achado na manhã do dia 03/03/2011 em um hotel simples em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Luciene presta depoimento na delegacia de Campos Elíseos (62ª DP). Ela foi presa e confessou o crime, segundo o delegado Róbson Costa.

De acordo com a perícia inicial, Lavínia foi morta por asfixia com um cadarço de tênis no mesmo dia. O corpo foi achado por uma camareira, e segundo a polícia já estava em decomposição.

A Justiça determinou a prisão temporária por 30 dias de Luciene Reis Santana de 24 anos, acusada de assassinar a menina Lavínia Azeredo de Oliveira. Amante do pai da criança, Luciene foi presa na manhã do dia 02/03/2011 em Jardim Gramacho, local onde ela receberia R$ 2 mil para entregar a menina. O encontro foi uma emboscada planejada pela polícia com o auxílio do pai de Lavínia, Rony dos Santos Oliveira, e pelo ex-marido dela, Euzimar de Oliveira Silva.

Luciane Reis foi condenada pelo júri popular a 43 anos de prisão em 2012, a sentença inclui ainda uma multa de 300 salários mínimos que Luciene terá que pagar para a família de Lavínia. De acordo com os advogados de defesa e acusação, no entanto, a multa passa a ser simbólica porque ambas as partes entendem que Luciene não tem condições de arcar com essa despesa.

Após a sentença, o pai da menina abraçou o promotor de Justiça e emocionado, chorou muito.


Como pudemos ver acima, os anos passam e homicídios passionais bem semelhantes ao da Fera da Penha continuam acontecendo. Vale enfatizar que o assassino passional raramente se arrepende. Geralmente estes matadores eventuais são em sua maioria homens, mas também existem mulheres que cometem este tipo de delito. 

Segundo o entendimento de Luiz Ângelo Dourado, especializado em psicologia criminal, o homicida passional é acima de tudo um narcisista, ou seja, uma pessoa vaidosa, com autoconfiança exagerada. Essas pessoas passam a vida enamoradas de si, elegem a si próprias ao invés de fazê-lo aos outros, como objeto de amor, reagindo assim contra quem tiver a audácia de julgá-los como pessoas comuns que podem ser traídas, desprezadas e não amadas.

Para algumas pessoas a traição ou fim do relacionamento os levam a tentar destruir o objeto de desejo, isto está diretamente ligado com a personalidade de cada um e da sua carga cultural. Raramente podemos prever que alguém matará, principalmente diante de tais circunstâncias. 

No entanto, as mulheres costumam ser mais resistentes e quando traídas a maioria perdoa ou tenta o suicídio, pois historicamente, a educação lhes dá mais tolerância. No entanto, quando cometem este tipo de crime às vezes são mais cruéis que os homens. Quem nunca ouviu falar numa mulher traída que jogou água quente no ouvido do marido quando o mesmo estava dormindo ou cortou o seu órgão genital?

Leon Rabinowcz explica bem o aludido acima: a mulher traída nem sempre se vinga sobre o marido ou sobre sua cúmplice. Com freqüência perdoa, por vezes suicida-se de desespero, quando se vê abandonada para sempre, mas quando toma o partido de se vingar, a sua vingança é atroz. É um traço característico da psicologia da mulher. Exasperada, passa a ser um monstro de ferocidade, que só respira vingança e só pensa em submeter a sua vítima aos mais atrozes sofrimentos. São verdadeiras especialistas da dor.

Um exemplo real é o caso de Neide Maria Lopes, que ficou conhecida como a “Fera da Penha”. Mas, vale ressaltar que os homens são tão ciumentos quanto as mulheres, e que em alguns casos também utilizam-se da perversidade.

Um outro exemplo real de crime passional cometido com requintes de crueldade, só que desta vez por um homem, foi o caso daquele marido que, na Guanabara, em 1998, num acesso de ciúme, amarrou as mãos e os pés da esposa, colocou esparadrapo na boca e, em seguida, sem que ela pudesse fazer qualquer movimento de defesa, após arrancar-lhe a roupa, deslizou um ferro de passar em brasa, sobre toda a pele do seu corpo, até que ela, inteiramente queimada, veio a morrer.

 O conceito de amor para Freud, portanto, é uma ampliação do conceito de sexualidade, definido como um conjunto de processos mentais internos que dirigem a libido do indivíduo para um objeto (parceiro) com objetivo de obter satisfação. Autores mais recentes propõem que a atitude de fixar atenção e cuidados em relação ao companheiro é esperada em qualquer relacionamento amoroso saudável. Todavia, quando ocorre falta de controle e de liberdade de escolha sobre essa conduta, de modo que ela passa a ser prioritária para o indivíduo, em detrimento de outros interesses antes valorizados, está caracterizado um problema denominado amor patológico (AP).

Devido a características culturais facilitadoras, parece que o AP é particularmente prevalente na população feminina. A tendência em se tornar, nos termos utilizados pelas pessoas que sofrem com o problema, “obcecada” ou “viciada” pelo parceiro, em “viver pelo outro”, esperando que ele dê significado à sua vida, costuma ser mais referida pelas mulheres, uma vez que em geral, elas consideram a relação a dois como prioridade em sua vida.

O potencial para atitudes violentas e egoístas também é destacado nesse quadro, que desperta importante interesse da psiquiatria forense.Os portadores de AP costumam vivenciar relações conflituosas desde cedo e a presença do parceiro oferece uma ilusória defesa contra o sofrimento mental. No Caso da Fera da Penha, a defesa ilusória na qual emergia era de que o Pai de Taninha a amava, porém o que o impedia de se separar da mulher era a própria Taninha. Taninha era vista como um obstáculo e uma ameaça ao relacionamento dos dois, Taninha era a rival pois era a mulher que o seu objeto de desejo mais amava. Nesse caso a essência da frase "se não for meu não será de mais ninguém", pode ser vista de outra maneira: se eu não sou a pessoa mais importante na sua vida, eu vou tirar de você quem tomou o meu lugar na sua vida.

Referências: 








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